A música das palavras...as palavras da música
Mais uma vez, aliámos a música às palavras e celebramos a poesia de um grande escritor, porventura o maior escritor português, um escritor clássico da nossa literatura. E clássico porquê? Porque um texto clássico é sempre o mais moderno dos textos e Camões é, ainda hoje e volvidos os 500 anos do seu nascimento, um autor que nos interpela e que nos fala como só os grandes escritores, os grandes poetas falam. Ele fala-nos acerca de angústias, esperanças, desesperos, inquietações e sentimentos, mas também sobre a Natureza, a mudança, a preocupação em relação ao mundo que o rodeia e aos valores que o norteiam, dúvidas filosóficas, questões religiosas.
E é toda esta riqueza, toda esta variedade, este olhar o mundo de uma perspetiva inovadora que torna Camões tão atual e tão próximo de nós.
E Camões, que viveu uma grande parte da sua vida desterrado, a partir da sua errância, deu-nos um novo olhar sobre o mundo, repensou Portugal e a condição de ser português, fundando os alicerces de uma língua, de uma literatura e de uma identidade cultural - veja-se a sua obra Os Lusíadas. Nenhuma outra epopeia é tão autêntica: tão carregada de vida, de destino, de história vivida, experimentada e sofrida. Nenhuma outra epopeia sintetiza tão bem a vida de um povo.
Numa época em que muitas vezes o facilitismo, o efémero, a superficialidade são valorizados, estudar esta obra que põe a tónica na necessidade de esforço, de empenho, de entrega para se alcançar algo, sublinhando a importância do estudo e mostrando que o sacrifício faz parte da vida, que as lágrimas são o reverso da vitória, dando à vida uma dimensão mais profunda, é obviamente, fundamental no percurso dos adolescentes, contribuindo para a sua plena formação.
Mas Camões escreveu também muitas Rimas, algumas das quais se ouviram neste momento poético.
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