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24 abril 2025

25 de Abril, sempre

11:15 // by Biblioteca Escolar António Nobre // No comments




“25 de Abril”

Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo

Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen


        Data importante para Portugal e os portugueses, o 25 de Abril de 1974 não pode ser esquecido e, por isso, a ESBN assinala esta efeméride.

        A Biblioteca tem à disposição de toda a comunidade escolar livros e revistas que nos relembram a importância de cultivar a democracia e o quanto é fundamental preservar a LIBERDADE conquistada.

        Visite a Biblioteca António Nobre!

        

OUTRA VEZ!

Uma vida fica - quase - justificada quando se pôde viver integralmente, um momento único como foi o 25 de Abril.

O problema é que estes não são momentos que se vivam e pronto, já passou, adeusinho, vamos ao resto.

Estes momentos deixam promessas, sementes, sonhos por despoletar.

Isso é que é o pior. Ou melhor, isso é que é o melhor. Mas quando as promessas não se cumprem, quando as sementes não germinam, quando os sonhos não explodem, aí a coisa torna-se amarga. Muito amarga mesmo.

Mais amarga ainda quando, vemos há anos esta gente tão pequenina a roer o sonho, a construir extraordinários naufrágios, a abotoar-se com a talha dourada da fé de ser português, a gente que gere esta nova ditadura sem rosto.

Bom mesmo era dizer como os meninos pequenos quando uma história chega ao fim: OUTRA VEZ! OUTRA VEZ! OUTRA VEZ!

Fica-me o sonho de que esses meninos cresçam e em vez de dizerem apenas: "Outra vez!", façam 

OUTRA VEZ ABRIL! OUTRA VEZ! OUTRA VEZ!

Nesse dia eu vou estar ao lado deles. Na rua. Claro. Só espero que não demorem muito.


José Fanha




 

23 abril 2025

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor

15:13 // by Biblioteca Escolar António Nobre // No comments




«Tudo aquilo parecem desenhos,

Mas dentro das letras estão vozes.

Cada página é uma caixa infinita de vozes.»


MIA COUTO, Mulheres de Cinza. As Areias do Imperador, Uma Trilogia Moçambicana


       

         “Livros, procuravam livros.

        Era o segredo mais bem guardado da corte egípcia. O Senhor das Duas Terras, um dos homens mais poderosos do momento, daria a vida (a dos outros, claro; é sempre assim com os reis) para conseguir todos os do mundo para a sua Grande Biblioteca de Alexandria. Perseguia o sonho de uma biblioteca absoluta e perfeita, a coleção onde reuniria todas as obras de todos os autores desde o início dos tempos.” 


Irene Vallejo. In O Infinito num Junco. 2021. Lisboa: Bertrand Editora.


        O Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor celebra-se a 23 de abril, uma data definida em 1995, aquando da Conferência Geral da UNESCO que se realizou em Paris. Este dia é um marco simbólico na celebração da leitura e do prazer que esta nos oferece a cada viagem pelos livros.

        Todos os anos, durante este dia, são várias as celebrações, um pouco por todo o mundo, que promovem o gosto pela leitura, visando aumentar a consciencialização sobre o grande poder dos livros e a ligação que estes estabelecem entre o passado e o futuro, entre gerações e culturas.


        No dia 23 abril 1616 faleceu Miguel de Cervantes. Também no dia 23 abril, em 1899, nasceu Vladimir Nabokov. O dia 23 abril é, igualmente, recordado como o dia em que nasceu e morreu o famoso escritor inglês William Shakespeare.



        “Seríamos piores do que somos sem os bons livros que lemos, mais conformistas, menos inquietos e insubmissos, e o espírito crítico, o motor do progresso, nem sequer existiria.”


Mario Vargas Llosa


07 abril 2025

Exposição na Biblioteca: Camilo visto pelos alunos de Oficina de Artes

12:37 // by Biblioteca Escolar António Nobre // No comments

  Camilo visto pelos alunos de Oficina de Artes

        No âmbito do Projeto A(R)RISCAR, promovido pela AJUDARIS, os alunos do 12ºJ, na disciplina de Oficina de Artes participaram com a realização de ilustrações para comemorar o Bicentenário de Camilo Castelo Branco. O Projeto tem como objetivo despertar e promover o espírito criativo dos jovens através da arte. Neste ano de celebração, os alunos recriaram a obra, o autor e algumas curiosidades da vida de Camilo Castelo Branco. 


 

Beatriz Nunes | 12ºJ

        Neste trabalho, foi realizada uma caricatura com alguns elementos representativos da vida do escritor português Camilo Castelo Branco com recurso à técnica de linogravura para fazer uma impressão sobre papel.

        Os materiais utilizados foram: placa de linóleo, tinta de linóleo, goivas e prelos.

  

Catarina Crista | 12ºJ

        No âmbito da disciplina de Oficina de Artes, foi desenvolvida uma impressão em linóleo inspirada na vida e obra de Camilo Castelo Branco. Foi utilizado o Coração de Viana como símbolo do seu amor e sofrimento, uma rosa com espinhos remetendo para a obra "Amor de Perdição" e um padrão de azulejo tradicional para invocar a identidade cultural portuguesa. A composição traduz a intensidade emocional das suas histórias, unindo o simbolismo e a tradição para celebrar o bicentenário do escritor.



 Francisca Tavares | 12ºJ

        Trabalho realizado com recurso à técnica de linogravura, representando uma cena romântica da obra "Amor de Perdição", na qual Simão e Teresa vivem um encontro proibido, evidenciado pelo contraste dramático e pelos traços expressivos.

 

Gonçalo Castro | 12ºJ

        Este trabalho consiste na criação de um retrato simplificado de Camillo, utilizando a técnica de gravura em linóleo. O processo envolveu a transposição de uma imagem para a matriz de linóleo, simplificando os traços faciais e destacando as características mais marcantes do Camilo.


Laila Silva | 12ºJ

        Ilustração do retrato de Camilo Castelo Branco. Técnica/suporte: linogravura sobre papel. 


 Leonor Teixeira | 12ºJ

        Representação de um autorretrato de Camilo Castelo Branco, como se estivesse a ver o seu reflexo num espelho com um aspeto antigo e esculpido, simbolizando introspeção e o peso da sua trajetória. 

        Através da técnica de linogravura foram explorados contrastes dramáticos, com texturas detalhadas do rosto, cabelo e barba, além de um leve efeito de distorção no reflexo. O espelho simboliza a dualidade entre realidade e ilusão, capturando a inquietação e genialidade do autor. 



Maria Serra | 12ºJ

        Ao longo deste trabalho procurou-se representar Portugal através de diferentes elementos: ao centro a figura de Camilo Castelo Branco, ícone da literatura portuguesa; à sua volta usaram-se figuras de objetos ou edifícios associados à cultura portuguesa como as sardinhas.

        Técnica/suporte: Linogravura sobre cartolina. A cor lilás simboliza a fantasia na envolvência da obra "Amor de Perdição". 


Mariana Couto | 12ºJ

        Este trabalho consiste na criação de uma impressão em linogravura sobre cartolina representando Camilo Castelo Branco, um dos maiores escritores do século XIX em Portugal. O processo desenvolve-se desde a conceção do desenho até a impressão final, explorando técnicas da gravura em relevo para captar a expressividade e a personalidade do autor. 


 

Tomás Nery | 12ºJ

        Neste trabalho foi realizada uma caricatura do famoso escritor português Camilo Castelo Branco, utilizando a técnica de linogravura para fazer a impressão.


À conversa com Dália Dias

12:10 // by Biblioteca Escolar António Nobre // No comments

À conversa com Dália Dias - “Ler, hoje, Camilo Castelo Branco”




        Os alunos do 11.º ano da ESBN estiveram, hoje, na Biblioteca António Nobre para uma conversa extremamente interessante e agradável com a Dra. Dália Dias sobre Camilo Castelo Branco.
        Nesta conversa, percorremos ruas e lugares da cidade do Porto, na sua íntima relação com Camilo, cidade com a qual o célebre escritor mantinha uma ligação privilegiada resultante do enorme conhecimento do burgo e do seu tecido social. O convívio do escritor com as diferentes classes da população, os teatros, os cafés, as hospedarias e agremiações culturais ou de diversão, por ele frequentados, fizeram de Camilo Castelo Branco um verdadeiro portuense por opção.
        E foi essa realidade camiliana que os alunos, os professores e demais presentes percorreram através das palavras da nossa convidada, mas também das imagens da época que foram partilhadas e das muitas referências à obra de Camilo, ao seu discurso literário que tão bem metamorfoseou a realidade em ficção, deixando-nos um conhecimento bem vivo do passado oitocentista.
        Para os alunos do 11.º ano, que acabaram de estudar a obra “Amor de perdição”, foi um momento de rever alguns aspetos trabalhados em sala de aula e, ainda, de mais uma vez refletirem sobre a importância de ler, hoje, Camilo Castelo Branco. Observador crítico da sociedade em que estava inserido, o escritor apontou os podres do mundo à volta do qual gravitava: a vida pecaminosa nos conventos, a prepotência do poder parental, o dúbio exercício da justiça, a corrupção de pessoas e instituições são aspetos abordados na obra do escritor de forma crítica, salientando a repressão vigente que impedia a realização e a felicidade do indivíduo.
        A conversa não terminou sem se fazer alusão à atualidade de algumas das críticas camilianas não só válidas para a sociedade portuguesa, mas para o mundo em geral.

        Obrigada, Dra. Dália Dias!