À conversa com Dália Dias - “Ler, hoje, Camilo Castelo Branco”
Os alunos do 11.º ano da ESBN estiveram, hoje, na Biblioteca António Nobre para uma conversa extremamente interessante e agradável com a Dra. Dália Dias sobre Camilo Castelo Branco.
Nesta conversa, percorremos ruas e lugares da cidade do Porto, na sua íntima relação com Camilo, cidade com a qual o célebre escritor mantinha uma ligação privilegiada resultante do enorme conhecimento do burgo e do seu tecido social. O convívio do escritor com as diferentes classes da população, os teatros, os cafés, as hospedarias e agremiações culturais ou de diversão, por ele frequentados, fizeram de Camilo Castelo Branco um verdadeiro portuense por opção.
E foi essa realidade camiliana que os alunos, os professores e demais presentes percorreram através das palavras da nossa convidada, mas também das imagens da época que foram partilhadas e das muitas referências à obra de Camilo, ao seu discurso literário que tão bem metamorfoseou a realidade em ficção, deixando-nos um conhecimento bem vivo do passado oitocentista.
Para os alunos do 11.º ano, que acabaram de estudar a obra “Amor de perdição”, foi um momento de rever alguns aspetos trabalhados em sala de aula e, ainda, de mais uma vez refletirem sobre a importância de ler, hoje, Camilo Castelo Branco. Observador crítico da sociedade em que estava inserido, o escritor apontou os podres do mundo à volta do qual gravitava: a vida pecaminosa nos conventos, a prepotência do poder parental, o dúbio exercício da justiça, a corrupção de pessoas e instituições são aspetos abordados na obra do escritor de forma crítica, salientando a repressão vigente que impedia a realização e a felicidade do indivíduo.
A conversa não terminou sem se fazer alusão à atualidade de algumas das críticas camilianas não só válidas para a sociedade portuguesa, mas para o mundo em geral.
Obrigada, Dra. Dália Dias!
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