A festa da música e das palavras!
Este nosso terceiro espetáculo, o segundo no Museu Quinta de Santiago, que tão generosamente nos acolheu de novo, prendeu-se, como não podia deixar de ser, com a celebração de Abril.
Mais uma vez, aliámos a música às palavras e celebramos poetas que, através da sua poesia, lutaram contra a repressão e as injustiças sociais. Através das suas palavras, a esperança não se apagou e podemos, hoje, viver em liberdade. E todos precisamos, cada vez mais, de perceber que a liberdade conquistada precisa de ser alimentada e que os valores de Abril não podem ser esquecidos!
E se “A poesia é o lugar onde as palavras se entregam ao poder do pensamento livre.” (In As sombras de uma azinheira. Laborinho Lúcio. 2022.), os poemas/textos dos diferentes autores selecionados para o espetáculo são exemplo disso. A escolha nem sempre foi fácil e, certamente, poderia ter sido outra… No entanto, todos os textos que foram ditos por alunos e professores, acompanhados musicalmente, têm o fervor da palavra, fundem significado e significante e como toda a grande poesia abrem caminho à humanização e permitem o pensamento livre.
Os textos/poemas foram de autores que vão do final do século XVIII ao século XXI: Bocage, Almeida Garrett, Alexandre O’Neill, Saramago, Manuel Alegre, Ary dos Santos, Sophia de Mello Breyner Andresen, João Apolinário, Miguel Torga, António Ramos Rosa, Joana Gonçalves, Sidónio Muralha, Luísa Ducla Soares, José Jorge Letria e José Fanha.
E se “a poesia é sentimento e é palavra, faísca que se acende ou água que se espelha entre os corpos, simulação que se sobrepõe ao ardor da chaga ou à graça do momento”, como dizia Urbano Tavares Rodrigues, e a música cura, enche-nos a alma e sempre nos eleva, todos os presentes se deixaram atingir pela faísca das palavras e a elevação da música…
O nosso muito obrigada ao Museu Quinta de Santiago!
Obrigada, Dra. Cláudia e Dra. Margarida!
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