Camilo Castelo Branco
1825 - 2025
O AUTOR E A SUA OBRA
- Camilo Castelo Branco nasceu em Lisboa em 1825 e suicida-se em 1890, em S. Miguel de Seide.
- Aos dez anos, órfão de mãe e de pai, vai viver com uma tia em Vila Real, o que muito influenciará Camilo: as paisagens do Norte, a religiosidade, bem como o ambiente das cidades de província deixarão as suas marcas que se refletem, mais tarde, na sua produção literária.
- Em 1841, casa, com apenas dezasseis anos, com Joaquina Pereira de França, da qual tem uma filha, tendo-as abandonado em 1842.
- Em 1845, faz as suas primeiras tentativas literárias.
- Leva uma vida boémia e turbulenta, envolvendo-se em várias aventuras amorosas e em desacatos que agitaram a sociedade portuense, da qual Camilo tem um conhecimento profundo.
- Em 1850, deixa-se dominar totalmente pela paixão por Ana Plácido, mulher casada, o que lhe valeu a prisão na Cadeia da Relação do Porto, em 1860, cadeia que a jovem também conheceu, acusada pelo marido de adultério. É, também, em 1850 que escreve Anátema, a primeira novela importante da sua obra.
- Em 1854, inicia a publicação da novela folhetinesca Mistérios de Lisboa.
- Durante o cárcere, Camilo escreve Romance de um Homem Rico e Amor de Perdição.
- Libertados em 1861, iniciaram a sua vida em comum, primeiro no Porto, mas logo em seguida em Lisboa, uma vez que a rejeição social cedo se manifestou.
- Em 1864, instalam-se em S. Miguel de Seide, onde vivem uma vida de certa forma atribulada e dramática, marcada pela doença, loucura e morte dos filhos.
- Para alimentar a família, escreve febrilmente, tendo publicado, entre outras obras, Vinte Horas de Liteira, Luta de Gigantes, O Retrato de Ricardina, Eusébio Macário e A Corja.
- Doente, cego e desesperado, suicida-se a 1de junho de 1890.
- Camilo Castelo Branco é, talvez, o mais popular romancista da literatura portuguesa e o primeiro a viver exclusivamente da sua escrita.
CAMILO E O SEU TEMPO
Camilo atravessou toda a época romântica, sendo considerado a grande figura do segundo Romantismo português, movimento que é associado ao período da Regeneração.
É um período de desenvolvimento em Portugal que vê a agricultura a desenvolver-se, a indústria a evoluir, as estradas e o caminho-de-ferro a surgirem, permitindo o alargamento das comunicações. É também por esta altura que surgem as ideologias socialistas e republicanas, sendo, igualmente, visível a expressão da classe operária. É, assim, uma época de contrastes aquela em que vive Camilo e a ela o escritor não ficou imune. “Deste modo, o quotidiano vivido pelos vários grupos sociais do Portugal de Oitocentos, saído das invasões francesas e das lutas liberais, mas ainda preso, sobretudo em certos meios da burguesia portuense e da pacatez patriarcal das Províncias do Norte, e, por isso mesmo, em permanente conflito de gerações, classes e interesses, transforma-se para o romancista numa inesgotável série de «romances inéditos de portas adentro», expressão usada, já em 1857, pelo narrador das Cenas da Foz.” (Aníbal Pinto de Castro, «Da realidade à ficção na novela camiliana». Tellus. Julho de 1987. In Maria Aparecida Ribeiro. História Crítica da Literatura Portuguesa – Realismo e Naturalismo. Vol. VI. Lisboa/São Paulo: Editorial Verbo).
Elsa Machado de Freitas, Isabel Gomes Ferreira. Preparar os Testes 11.
Porto: 2020. Areal Editores.
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