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20 março 2025

A primavera chegou à Biblioteca António Nobre!

13:23 // by Biblioteca Escolar António Nobre // No comments

 

A primavera chegou à Biblioteca António Nobre!



        Celebra-se, hoje, o equinócio da primavera, o primeiro dia da nova estação, que ocorreu às 9h01 – nesse preciso momento, o Sol estava na vertical sobre o equador da Terra e nasceu quase exatamente a leste e pôs-se a oeste. 

        A partir desta quinta-feira, entra-se oficialmente na primavera e ganha-se uma média de 4 minutos de sol por dia até 21 de junho, o solstício de verão.

        Hoje o dia vai durar o mesmo que a noite!

        Existem duas alturas em que o dia e a noite têm quase exatamente 12 horas de duração cada: uma em março e outra em setembro, ambas chamadas de equinócio. Como o planeta Terra tem uma órbita irregular em torno do Sol, essas datas variam de um ano para outro: a primeira ocorre entre 20 e 21 de março e a segunda entre 21 e 23 de setembro.

        O fim do inverno no hemisfério norte corresponde, no hemisfério sul, ao início do outono.


Depois do Inverno, morte figurada,

A Primavera, uma assunção de flores.

A vida

Renascida

E celebrada

Num festival de pétalas e cores.

                                    

                                                Miguel Torga

 

 

Olhos postos na terra, tu virás

no ritmo da própria Primavera,

e como as flores e os animais

abrirás as mãos de quem te espera


                                                       Eugénio de Andrade


Quando tornar a vir a Primavera

Talvez já não me encontre no mundo.

Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente

Para poder supor que ela choraria,

Vendo que perdera o seu único amigo.

Mas a Primavera nem sequer é uma cousa:

É uma maneira de dizer.

Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.

Há novas flores, novas folhas verdes.

Há outros dias suaves.

Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.

 

                 Alberto Caeiro in "Quando Vier a Primavera"

 

 

Quando à noite desfolho e trinco as rosas

É como se prendesse entre os meus dentes

Todo o luar das noites transparentes,

Todo o fulgor das tardes luminosas,

O vento bailador das Primaveras,

A doçura amarga dos poentes,

E a exaltação de todas as esperas.

 

Sophia de Mello Breyner Andresen, in Dia do Mar


Está-se a Primavera trasladando

em vossa vista deleitosa e honesta;

nas lindas faces, olhos, boca e testa,

boninas, lírios, rosas debuxando.


De sorte, vosso gesto matizando,

natura quanto pode manifesta

que o monte, o campo, o rio e a floresta

se estão de vós, Senhora, namorando.


Se agora não quereis que quem vos ama

possa colher o fruto destas flores,

perderão toda a graça vossos olhos.


Porque pouco aproveita, linda Dama,

que semeasse Amor em vós amores,

se vossa condição produz  abrolhos.

 

Luiz Vaz de Camões

 

Já se afastou de nós o Inverno agreste

Envolto nos seus húmidos vapores,

A fértil Primavera, a mãe das flores

O prado ameno de boninas veste.


Varrendo os ares o subtil Nordeste,

Os torna azuis: as aves de mil cores

Adejam entre Zéfiros e Amores,

E toma o fresco Tejo a cor celeste.


Vem, ó Marília, vem lograr comigo

Destes alegres campos a beleza,

Destas copadas árvores o abrigo.


Deixa louvar da corte a vã grandeza:

Quando me agrada mais estar contigo

Notando as perfeições da Natureza!


     Manuel Maria Barbosa du Bocage, in Sonetos


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